Nesses últimos dias estive observando o quanto a gentileza faz bem e o quanto é bom ser gentil. Resolvi discorrer sobre este tema por ter vivenciado situações do tipo em demasia nesta semana. Infelizmente esses acontecimentos são raros.
Na correria do dia-a-dia, em meio à poluição sonora nas ruas, a correria dos pedestres, a agonia de motoristas no trânsito, a insatisfação contínua da sociedade, a falta de profissionalismo das pessoas e muitos outros fatores desconfortáveis, as pessoas acabam perdendo a calma e perdendo o equilíbrio emocional. Vejamos então que neste mundo atual é normal e super fácil sermos estressados e desequilibrados. É triste afirmar isso desta maneira, mas hoje esse é o meu triste dever. Só estou feliz pelo motivo de não fazer parte deste grupo, pelos menos até hoje.
Por outro lado, em meio a toda essa luta travada no dia-a-dia pude contemplar algumas pessoas que estavam bem consigo mesmas. Estas pessoas entravam em transportes coletivos saldando as pessoas com um “bom dia/ boa tarde/ boa noite”, desejavam aos passageiros “Deus vos acompanhe” ao deixarem o transporte, ajudavam idosos, mulheres, etc.
Notei que as pessoas que recebiam gentilezas deste tipo se sentiam bem, sorriam, mostravam estar alegres. Acredito que estas pessoas – pelo menos nestes dias – se sentiram convidadas a agir da mesma forma gentil com a qual foram tratadas. Você leitor, percebe o quanto isso é contagioso? O contrário também vale: Um dia abrutalhado e cheio de discussões pode mudar o humor das pessoas à nossa volta e influenciar nas ações das mesmas.
Num outro dia, enquanto aguardava o transporte que utilizo na cidade; uma senhora robusta, negra e simpática, segurando sacos com compras estava ao meu lado falando: “a fome é feia...”, e outras coisas que não me recordo. Percebi que ela estava querendo tirar alguma coisa de uma de suas sacolas de compras e comer ali no ponto de ônibus. Foi então que ela tirou um pão da sacola e olhou para mim dizendo: “Eu é que não vou ficar com fome na rua, vou comer um pão aqui mesmo”. Daí comecei a falar sobre qualidade de vida para ela se sentir bem e à vontade enquanto satisfazia seu próprio desejo de alimentar-se na rua. Depois de uns minutos percebi que eu tinha convencido à senhora de que ela não precisava se preocupar com o que as pessoas pensariam dela, e sim de se realizar naquele momento.
Conclui que sendo gentil com ela também provoquei bem-estar, tanto nela quanto em mim.
Convido-lhes a observar o próprio comportamento e a considerar possíveis mudanças para tornar os dias melhores e mais agradáveis. Acredite, vale a pena!