segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Espelho da verdade



Não sou música, não sou profissão, não sou rótulo. Sou apenas Eu.
Não tenho endereço fixo, sigo o caminho dos ventos.
Não me guio pelos caminhantes, apenas olho para o céu.
Não quero ouvir, se não me sensibiliza, e se comigo não tem a ver.
Não quero seguir fúteis procedimentos, coisas sem nexo.
Quero apenas viver o que sou, e conservar o meu eterno Eu...
Estou falando daquilo que vejo no espelho
e do que sinto no meu íntimo.





Publicado no Recanto das Letras em 21/09/2009
Código do texto: T1823787
Anderson Cavalcanti
cavalcantianderson@hotmail.com

sábado, 12 de setembro de 2009

Cópia


Isso é como nada, é como o vazio.
Se não sai autêntico do criador,
é como as sobras...
O resto que ficou no chão.
Se não busca através do vácuo,
que busque apenas inspirar pelo que pulou.
E que desse salto segure apenas o sentido.
O que não pertence,
fora da redoma não é legítimo.
Se é o que nasce só,
é o que apenas só tem garantia.
Se é só reproduzido,
é uma alma que murchou,
uma face que enrugou.
Só uma capa e uma máscara
ficaram a vagar.


Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2009
Código do texto: T1806252
Anderson Cavalcanti

sábado, 5 de setembro de 2009

Noite no pântano


Eu estava no pântano
quando parei para admirar o lago.
Vi muitos olhos submergindo.
Eles olhavam incomodados o vôo do vagalume.
Belo vagalume...
Sua luz abrilhantava o pântano sombrio.
O vôo do vagalume reluzia o coração
dos seres mais sensíveis.
O crocodilo com o seu olha de fúria,
tentava reprimir o vagalume
que não estava preocupado com toda aquela conspiração.
Nenhum outro animal pôde perceber
que o vagalume - super centrado - sabia no seu íntimo
que desagradava a alguns com a sua luz.
Agora paro e penso:
Nobre vagalume...
Sua luz dissipa a força da mais plena escuridão.



Publicado no Recanto das Letras em 29/08/2009
Código do texto: T1781182
Anderson Cavalcanti